terça-feira, 5 de julho de 2016

Exposição de "curiosidades Subaquáticas" da Costa Alentejana









Primeiros trabalhos arqueológicos subaquáticos com o apoio da ECOALGA - "Gomes Eanes??"












Primeiro Mergulho Realizado na Baixa do CPAS


mergulho na baixa de moledos - Porto Covo










Descrição:
Local com diferenças batimétricas consideráveis de -41m a -96m – monte submarino – isolado, aproximadamente a 4 milhas náuticas da costa de Sines, sendo a ultima estrutura da plataforma continental com profundidades uteis para o mergulho recreativo/técnico na costa de Portugal Continental. Considerado à luz internacional um deepreef – recife de profundidade – com enorme interesse cientifico e turístico. Apesar de se encontrar a baixa profundidade, o local em causa encontra-se bem preservada e contém diversas espécies de fauna e flora com interesse em termos de preservação ao mesmo tempo que pode servir de nursery para muitas outras.
Encontra-se numa zona livre do arrasto, mas onde a pesca com redes de emalhar é bastante intensiva.
Na carta náutica do IH que cobre a área, esta zona está sondada à escala 1:25 000, o que não permite ter uma boa definição dos limites da baixa, convindo, em tempo oportuno, providenciar no sentido de se proceder a nova sondagem através de sistemas modernos como o multifeixe.
Fauna: Local de transição entre a fauna de grande profundidade para a pelágica e baixa profundidade. Ocorrência de grandes exemplares de cnidários em extensas comunidades de gorgóneas roxas e brancas. E exemplares de grande envergadura. Os espongiários de diversas espécies completam o conjunto preenchendo a restante superfície do substrato rochoso. Nas regiões exploradas do maciço rochoso em 4 mergulhos realizados em 3 anos, foram referidos e filmados a existência de grande biodiversidade de animais não fixos, Peixes, crustáceos, equinodermes e cetáceos.
Flora: Profundidade não representativa para a ocorrência de macroalgas.
Aparentemente, o recurso com maior interesse parece ser a grande comunidade de gorgónias já fotografadas que apresentam um tamanho pouco comum atingindo vários metros de envergadura.
Existem também diversas espécies de corais, nomeadamente coral negro e laranja, com dimensões extraordinárias. As Poríferas, os Crustáceos, os Equinodermes, os briozoários, os cnidários apresentam uma riqueza e diversidade fabulosa, tanto em quantidade como em dimensão. Este Oasis de vida, fica coroado com os grandes pelágicos cuja rota costeira é iniciada em espaços (baixas) similares. Sendo este que apresenta uma diferença batimétrica mais acentuada. Este local também é constantemente frequentado por famílias de Cetáceos e grandes bandos de aves marinhas das mais diversas espécies existentes na costa portuguesa.
A criação desta AMP teria, assim, como objetivo principal, a proteção da fauna e, especialmente, da colónia de gorgónias ali existente e que se apresenta, segundo peritos na matérias, como uma das maiores e mais bem preservadas do planeta.
Não seria de menosprezar, por outro lado, o potencial que poderia trazer em relação à proteção de espécies que ali encontram refúgio.

Interesse na classificação:
Além de se apresentar como a primeira AMP no continente, a classificação desta baixa como AMP atrairá o interesse de especialistas e curiosos que devidamente enquadrados poderão atrair turismo ambiental para o litoral alentejano.
Esta AMP poderia ser a primeira de várias outras a classificar no litoral alentejano pois acredita-se que dadas as características do fundo do mar entre a Arrábida e os bancos do sudoeste (Gorringe, etc) possam existir outros locais ainda não conhecidos com o mesmo interesse em termos de biodiversidade que devem ser preservados. Seria a primeira a sul do Parque Natural Luís Saldanha, onde também existem gorgónias, mas com quantidades e dimensões extraordinários, rivalizando com as suas congéneres nos oceanos tropicais.

Dado a sua localização de proximidade a um grande porto europeu, (4,5nm) onde a questão da segurança fica salvaguardada, as suas características Geofisicas e de biodiversidade potenciam este espaço para se tornar um local de laboratório vivo, onde universidades e institutos científicos poderão conhecer mais sobre a região marítima Portuguesa. A acrescentar ao potencial cientifico, de referir a sua função ambiental de recuperação e repovoamento da região envolvente e de “estrada” de acesso à costa pelas espécies migradoras dos oceanos. Esta reserva pontual poderá tornar-se no precursor de criação de outras, em locais existentes ao longo da costa do SW, contribuindo para o aumento da biodiversidade regional da costa sul do continente, contribuindo para a economia local no âmbito das pescas e no sector do turismo de qualidade, com a exploração destes locais através do mergulho recreativo e técnico. 

Baixa do CPAS - spot único na costa alentejana!!